Mister Jam conta ao ''It Pop'' como é trabalhar com Wanessa

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IT POP: Atualmente, muitos te conhecem por conta de seus trabalhos com a cantora Wanessa, mas você tem um extenso currículo, incluindo diversos nomes que vai de Ivete Sangalo à Michel Teló. De todos os artistas com qual você já trabalhou, você tem um favorito? E tem algum que você “goste menos”?
R: Eu tenho muito carinho e orgulho de todos os artistas com os quais tive oportunidade de trabalhar. As vezes, levamos dentro de nós aquele preconceito idiota sobre fulando ou sicrano, mas é isso que é sensacional: Todos os artistas me surpreenderam em estúdio, todos foram experiências sensacionais! Em estúdio, não faço o tipo "produtor ditador" e deixo o artista muito a vontade para trazer a tona sua verdade, sua essência artística. Para aproximar minha produção ao máximo da identidade de um artista, preciso saber o que passa no coração e na alma dele.
IT POP: Há pouco tempo você anunciou o projeto Jamboxx, que seria algo mais direcionado para as pistas, pode falar um pouco sobre ele?
R: Em 2009 que comecei a mudar de pensamento, pois produzi “Summer Lie” da Eliza G e nomeei a versão como “Boomboxx” e em seguida a música estourou nas pistas. A minha surpresa veio quando um amigo DJ veio me mostrar a música sem saber que era minha! Logo após, resolvi que o melhor seria usar mesmo meu nome, minha marca e lancei “Falling For U” com a Wanessa e sempre que direcionava um remix às pistas assinava Boomboxx. Era uma sonoridade específica, menos pop, breaks mais fortes. Até que um dia, após o sucesso de “Love Is Unbound” ( segundo single com Eliza G) , vi que uma balada havia usado o nome. Mudei imediatamente para Jamboxx.

IT POP: Mister Jam, você foi um dos grandes responsáveis pela mudança da sonoridade da cantora Wanessa, que apostou em um pop super radiofônico no álbum “DNA”. Como foi trabalhar com ela? E toda essa mudança, foi algo pensado ou rolou naturalmente?
R: Acredito que toda a “mudança” da Wanessa aconteceu no momento em que “Falling For U” foi enviada à ela. Tivemos a oportunidade de conversar bastante nesse período da retomada pós-licença maternidade e falamos sobre esse assunto. O mais bacana é que “Falling” abriu um novo horizonte musical e proporcionou essa mudança de forma natural. Os fãs tem um carinho imenso pelo Mister Jam, sem puxa-saquismos comigo. E é recíproco. Eles entendem e sentem o respeito e o cuidado que tenho pela carreira desta estrela nacional. E respeito não se impõe, se conquista. Sabemos, fãs e eu aonde ela pode chegar.

IT POP: Por mais que o “DNA” da Wanessa seja um bom álbum, não consigo curtir muitas de suas produções com cantoras que ainda estão buscando por seu espaço na mídia – como Nicky Valentine e Natalia Damini. Podemos culpa-lo por isso ou o artista com quem está trabalhando e seu nível de “liberdade” na produção também deve ser levado em conta?
R: Acho que tudo é questão de gosto. Respeito quem não gosta, da mesma maneira que respeito quem ama. Todas as produções para gravadoras e as independentes são feitas com o mesmo zelo. Algumas são mais aceitas e outras não. É natural do mundo da música. A diferença é que quando o Dr. Luke produz algum artista independente, essa música nem chega aqui. Mas, quem disse que na vida a gente só pode acertar? A produtora está passando por uma reformulação e seremos muito criteriosos a partir deste segundo semestre. E olha que essa coisa de cobrar sempre um resultado de sucesso vem de longe para mim. Quando soube que eu seguiria na música profissionalmente, meu pai me chamou para uma conversa séria e disse: “Esse é um mercado muito instável, por isso se você quer ser músico, seja o melhor.” Ser o melhor não significa ter mais seguidores no twitter ou no Facebook. Isso é relativo. Sei que sou o melhor que posso ser, pois me empenho, estudo, pesquiso. Isso é buscar ser o melhor. Quando inicio uma produção, coloco meu tempo, minha vida e meu coração ali. Naquele momento o Mister Jam é o mesmo cara que há 15 anos atrás tinha um sonho de viver de música!

IT POP: Ao contrário das cantoras que citei na última questão, você também trabalhou com a cantora Erikka Supernova, que arrancou vários elogios da mídia com “Bandida”, que também é assinada por você. Como foi trabalhar com a cantora e, você estará envolvido em mais faixas do CD de estreia dela?
R: Trabalhar com a Erikka foi fantástico! No primeiro dia, nos fechamos em estúdio para juntos começarmos uma composição e isso nos possibilitou pesquisar elementos mais brasileiros para a faixa, como o cavaco e a cuíca por exemplo! O funk veio de forma natural, pois venho adicionando-o em algumas produções minhas, sem preconceito, como um elemento rítmico único de nossa cultura musical. Minha agenda para o segundo semestre está direcionada e focada inteiramente na produção do novo DVD da Wanessa, portanto acho que não poderei me dedicar ao projeto caso seja para agora. Quem sabe alguma colaboração, mais a frente?

IT POP: Mister Jam, quando a Wanessa lançou “Sticky Dough” como single do “DNA”, a canção foi intensamente comparada com “Dangerous” do grupo coreano f(x) e até onde sabemos, a confusão teria ocorrido porque ambas cantoras teriam comprado os direitos da demo de “Sticky Dough”, gravada pela cantora Carina Dahl. Chegou a rolar algum processo por conta desta faixa?
R: Como profissional da produção, envolvido com nomes de peso, preciso sempre me cercar de cuidados. Sempre que há uma regravação, ou a gravação de uma obra vinda de fora do país, cercamo-nos de cuidados e documentos de liberação dando-nos liberade para ir em frente. No caso das músicas acima, todas nos foram encaminhadas pelas editoras internacionais como inéditas, com devidas liberações para criarmos nossas próprias versões.

IT POP: Como produtor, você tem preparado algumas coisas novas para Wanessa e trabalhou também no álbum de estreia da banda Volk. Pode contar um pouco para a gente sobre a parceria deles em “Party In This Club”?
R: Desde o início das gravações do álbum do VOLK, comentávamos sobre o album DNA e de sua sonoridade. Lembro-me até de levar uma cópia para cada um deles! Eles comentaram por alto que curtiam muito essa nova fase da Wanessa e que seria “da hora” se rolasse uma participação. Eu apenas estreitei as distâncias! Compomos juntos a faixa e no dia das gravações a Wanessa estava já nos últimos dias de gestação! Mesmo assim, que interpretação. Sou além de produtor um fã (risos!) Foi inesquecível esse dia em estúdio, para eles e para mim.
 fonte:It Pop

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